quinta-feira, agosto 26, 2004

Ideias Luminosas

Acabadinha de regressar de férias e cheia de energia resolvi fazer mudanças em casa, pensei, Agora que tenho tempo vou requalificar a minha área de trabalho.

Que ideia luminosa!
Nem imaginam na tarefa homérica em que me meti...
Como é possível ter tanta coisa (tralha) guardada num espaço minúsculo
(+/- 2 m2), senti-me uma mágica que de dentro cartola tirava coelhos e mais coelhos e até pombos.
Caros bloggers, não tentem fazer isto em vossas casas, deixem isto para especialistas!!!

Mas para ser sincera a culpa é minha.
Mea Culpa.
Eu sou muito conservadora e adoro guardar tudo, acho sempre que um dia irá fazer falta, ás vezes acontece, mas como está tudo amontoado acabo por não puder usufruir. Eu guardo recordações de todos os sítios por onde passei, (bilhetes de autocarro, cinema, entradas em eventos, diários…), tudo.
São coisas sem valor comercial mas que me transportam automaticamente para aquele momento em que as recolhi, são a minha máquina do tempo privada e sem consequências colaterais, bem..., tirando o espaço que ocupam.

Quando faço arrumações tenho de fazer um esforço sobre-humano para colocar toda a subjectividade de lado e me desfazer de montanhas de papéis, mas não consigo. Eu sou daquelas pessoas que guarda todos os cadernos desde a 1ªclasse até as sebentas do mestrado, dá para imaginar a quantidade de papel?

No entanto, isto teve um lado bom. Reencontrei uma cartas que me foram enviadas à 8 anos atrás (sim, um antigamente não muito longe a comunicação era feita em suporte papel e enviada pelos CTT, não havia estas modernices de e‑mail) e garanto-vos que valeu a pena toda a confusão que foi o meu dia. Apesar das regalias deste sistema de comunicação não há nada que substitua o prazer e a alegria de receber e abrir uma carta manuscrita de uma pessoa especial ou até mesmo de um amigo, sentir o papel e quase sentir as emoções que o outro sentiu ao escrever aquelas palavras.

Como serão as cartas de amor do futuro?

Com este pensamento vos deixo.
Até amanhã.