domingo, julho 30, 2006

Dividida

Estou dividida entre a angústia e a raiva!

Angústia da minha impotência face à doença da minha avó e ao facto de ver a minha mãe se consumir diáriamente, como se fosse apenas uma sombra de outrora.

Raiva pela injustiça de uma doença que consome todos, não só o doente mas como os familiares. Dou por mim a bradar contra os céus que desde miúda me pareciam muito injutos, nunca percebi como face a um Deus tão bom podiam existir criancinhas com fome, guerras, doenças, mortes violentas, mas muito simplesmente existir Dor e Sofrimento.

Essa história que temos de penar para dar valor, podia muito bem ser feita sem dor ou sofrimento, apenas com graus de dificuldade (como nos jogos de plataformas) em que a selecção natural era feita pelo coração e inteligência e não pela força e ganância.

Sim, estamos perante mais uma fase não.
Diáriamente, ninguém nota. Prefiro assim. Nada que possa dizer vai melhorar a situação ou fazer as coisas serem diferentes. Infelizmente, só sentindo na pele.

Apetece-me mudar o meu mundo, da forma mais egoista que possa.
Apetece-me ter poderes apenas para proteger os meus, lamento a todos os outros, mas se cada um cuidasse dos seus acabariamos por viver em paz.

Mais um post sem nexo, nem moral, nem nada que se pareça, apenas um dedilhar de alguém que não sabe se chora ou se grita, e como tal, se cala e vai calando o coração enquanto carrega nas teclas que escrevem este texto.

Maldito sejas tu, "cancer", "cancro", "tumor", ou seja lá o raio do nome que tenhas! Eu te odeio do fundo do meu ser, como nunca odiei nada.