quarta-feira, agosto 30, 2006

Negro


Que escrever quando nada há a dizer
Que fazer quando nada há a fazer
Que mudar quando não há uma noção certa do que mudar

Cubro-me de negro, pois negro está o meu pensar
Visto-me de negro para não contrariar o meu interior
Mas não é um negro noite, ou negro carvão
É sim um negro opaco e envolvente
É apenas um negro

Que escrever quando nada há a dizer
Que falar quando nada sai da forma certa
Que mudar quando nem sei o que sentir


(Não que hoje me sinta assim, mas não tenho tido vontade de escrever aqui. Custa-me escrever palavras de circunstância neste meu espaço, da mesma forma que me custa ainda mais escrever do fundo do meu ser. Prometi que aqui ia ser sempre sincera, por isso remeto ao silêncio quando não o posso ser.)