terça-feira, novembro 07, 2006

Este fim de semana

Este fim de semana senti um turbilhão de sentimentos diferentes.
Eu tento manter a racionalidade mas confesso que nem sempre é possível.

Sou uma pessoa com garra e ainda bem pois com todos os desafios colocados no meu caminho hoje não estaria aqui. A minha garra é para o bem e para o mal, o mesmo será dizer que quando é para discutir vou com tudo assim como quando é para amar e cuidar também dou o máximo. Acho que não sei viver a meio gás.

Este prólogo aparece para falar de algo que ainda hoje me faz doer o coração. No sábado fui ao cemitério e para mim é algo aterrador, devastador mas também é um ponto de apoio.

Já falei várias vezes sobre o facto de não acreditar em nada em especial, de não ter fé em nenhuma religião e por isso preciso de sentir que que quando quiser falar, desabafar ou até chorar tenho um sitio a onde me dirigir. Eu sei que a minha Maria Palmira não está ali a me ouvir mas eu sei que está alí o que ficou dela, porque a minha Maria está viva no meu coração, no da minha mãe e na saudade do meu avô.

Foi doloroso chegar e ver aquele espaço feito de terra, totalmente ensopado pela chuva, desfeito e quase abandonado. Como é recente a relva ainda não invadiu aquele espaço, ficando a terra à mercê da chuvas. Não fui capaz de deixar as coisas assim, fui falar com os responsáveis para que seja reposta a dignidade daquele espaço, mais não seja para honrar a vaidade da minha querida.

Não podemos esquecer que estamos a falr de uma senhora que na fase terminal da doença ainda saía de casa e fazia questão de por baton nos lábios, escolher a roupa e se recusava a andar com uns sapatos pois dizia que eram de “velha”. Oh minha querida Maria Palmira!

Que saudades tuas, das tuas certezas e conselhos. Fazes-nos falta! Tanta falta!

Talvez por isso tenha passado a tarde de sábado a comprar enfeites de Natal e à procura da Árvore mais bonita para que este natal seja o primeiro de muitos que eu organize, mantendo assim a chama dos nossos Natais. Por esta altura já a minha avó tinha tirado os enfeites para fora do saco e me estava a pedir para quando tivesse um tempinho montar a árvore.

Prometi-me que vou fazer um Natal em grande lá em casa, mesmo que não se passe lá a meia noite (talvez até passe) a casa vai se encher de amor, também em homenagem a ti.

Lamento nunca te ter pedido a receita dos pastéis, sempre pensei que não seria preciso. Melhor dizendo, nunca realmente pensei no dia depois do amanhã.