terça-feira, agosto 31, 2004

As pequenas coisas

Seguindo uma sugestão descobri que para fazer uma Ace já existe receita:





How to make a ace
Ingredients:

1 part competetiveness
3 parts crazyiness
5 parts leadership
Method:
Add to a cocktail shaker and mix vigorously. Top it off with a sprinkle of emotion and enjoy!


Acho que tem algo a ver comigo principalmente a loucura, a doidice que transforma a vida em algo delicioso de se saborear.
Custa-me um pouco pensar que podem existir mais ACE's por aí, mas pelo menos que estejamos longe...Quem diz a verdade não merece castigo. (Acho que esta é a mentira mais velha de todas!)

Sabem, são estas pequenas coisas como esta receita que podem transformar um dia cinza num belo pôr-do-sol laranja.
Muitas vezes damos importância ao que não devemos e torturamos o nosso pequeno coração com dúvidas e temores que se observarmos com atenção não passam de grãos de areia.
È sempre mais fácil dar lugar aos medos que à coragem e à alegria, quantas vezes voltamos para trás com medo de dar um passo em frente, mesmo sabendo que lá à frente ficaremos melhor?

Falar parece fácil, pensam vocês. Talvez!
Mas também nem sempre estamos sós, eu falo por mim e não falo de coisas complicadas, falo por exemplo deste meu blog.
Comecei este cantinho por iniciativa de amigos e sempre pensei que era uma loucura estar para aqui a escrever para o vazio e quem iria se interessar por meras palavras (ditas de coração mas singelas), no entanto nem imaginam a alegria de chegar e ver alguns comentários de gente anónima que passou e acabou por partilhar comigo as suas ideias.
Pequenas coisas que nos mudam o dia e até quem sabe a vida.

Às vezes basta um olhar, uma frase, uma pergunta para virar o nosso mundo de cabeça para baixo ou então elevá-lo aos céus, no entanto não são poucas as vezes corremos o risco de não as ver, como Zeitgeist disse “esse é um problema de quem olha sem ver, não vendo o que mais existe para lá de um olhar”. O facto de andarmos sempre a correr contra o tempo que teima em fugir de nós, o facto de mergulharmos em preocupações impede-nos de saborearmos pequenas alegrias.

A todos aqueles que estão atormentados de dúvidas apenas sugiro que sorriam e vejam bem se não existem pequenas coisas boas que todas juntas são muito maiores que o maior dos nossos medos.

Não se esqueçam de sorrir e bloguem muito

sexta-feira, agosto 27, 2004

Melhorando

Não sei se repararam mas a página está com um rosto melhorado.
Não posso recolher os créditos porque se o fiz foi graças a uma amiga já experiente. Rute, amiga, muito obrigado.

Assim que puder venho conversar mais um pouco, hoje vim apenas melhorar o nosso ponto de encontro, torná-lo mais meu e assim sendo de todos nós.

Mantenham a vontade de aprender mais e crescer, tornarmo-nos melhores e garanto-vos que mais cedo doque pensam terão os resultados.

Blogguem muito.

quinta-feira, agosto 26, 2004

Ideias Luminosas

Acabadinha de regressar de férias e cheia de energia resolvi fazer mudanças em casa, pensei, Agora que tenho tempo vou requalificar a minha área de trabalho.

Que ideia luminosa!
Nem imaginam na tarefa homérica em que me meti...
Como é possível ter tanta coisa (tralha) guardada num espaço minúsculo
(+/- 2 m2), senti-me uma mágica que de dentro cartola tirava coelhos e mais coelhos e até pombos.
Caros bloggers, não tentem fazer isto em vossas casas, deixem isto para especialistas!!!

Mas para ser sincera a culpa é minha.
Mea Culpa.
Eu sou muito conservadora e adoro guardar tudo, acho sempre que um dia irá fazer falta, ás vezes acontece, mas como está tudo amontoado acabo por não puder usufruir. Eu guardo recordações de todos os sítios por onde passei, (bilhetes de autocarro, cinema, entradas em eventos, diários…), tudo.
São coisas sem valor comercial mas que me transportam automaticamente para aquele momento em que as recolhi, são a minha máquina do tempo privada e sem consequências colaterais, bem..., tirando o espaço que ocupam.

Quando faço arrumações tenho de fazer um esforço sobre-humano para colocar toda a subjectividade de lado e me desfazer de montanhas de papéis, mas não consigo. Eu sou daquelas pessoas que guarda todos os cadernos desde a 1ªclasse até as sebentas do mestrado, dá para imaginar a quantidade de papel?

No entanto, isto teve um lado bom. Reencontrei uma cartas que me foram enviadas à 8 anos atrás (sim, um antigamente não muito longe a comunicação era feita em suporte papel e enviada pelos CTT, não havia estas modernices de e‑mail) e garanto-vos que valeu a pena toda a confusão que foi o meu dia. Apesar das regalias deste sistema de comunicação não há nada que substitua o prazer e a alegria de receber e abrir uma carta manuscrita de uma pessoa especial ou até mesmo de um amigo, sentir o papel e quase sentir as emoções que o outro sentiu ao escrever aquelas palavras.

Como serão as cartas de amor do futuro?

Com este pensamento vos deixo.
Até amanhã.

terça-feira, agosto 24, 2004

Regresso a casa

De regresso ao universo do blog.
Senti muitas saudades de escrever, parecendo que não, isto de ir escrevendo os nossos pensamentos é algo que vicia...

Falando das Férias...

Quantos de vós pode dizer que conhece bem o seu país? Quantos podem dizer que conhecem bem as terras bem ao lado donde moram?
Pois é! Se pensarmos bem estamos sempre a pensar em viajar para destinos bem longínquos e temos o paraíso bem perto, a meia dúzia de quilómetros. Façam esta experiência, abram o mapa do vosso país e assinalem os sítios que já visitaram e observem os que ainda faltam.
Eu sou uma das pessoas que aderiu ao programa “Vá para fora, cá dentro” e ainda tenho muito que palmilhar neste meu pequeno país Portugal, sim pequeno (mas muito rico) porque basta meio-dia para o atravessar de Norte ao Sul e bem menos para visitar do litoral ao interior.
Estas férias aproveitei para viajar e ao mesmo tempo que ia deixando para trás as recordações de um ano que foi bem doloroso, descobri paisagens capazes de nos encher a alma e o coração. Comecei o percurso saindo de Lisboa em direcção ao Caramulo (Serra do Caramulo), e apesar da distância a percorrer quando chegamos lá e sentimos o ar puro e o silêncio, sabemos que valeu a pena.
Um pequeno paraíso onde estamos perto do céu e de pés bem assentes no chão. Para quem sonha com o descanso este é um destino a memorizar, para mim ficará para sempre…
O percurso continuou com a descida para o Alto Alentejo, mais precisamente Sousel, e mais uma vez tem-se paisagens lindas, bem diferentes porque se abandona a montanha para dar lugar a planícies todas cultivadas e neste caso de Vinha. Acomodada em Sousel percorri toda a área em redor, chegando mesmo a visitar a vila Espanhola mais Portuguesa de toda a Espanha – Olivença. Se algum dia passarem por Sousel, perto da hora das refeições, eu sei do sítio ideal para parar. Procurem o restaurante “O Pinguinhas”, come-se lá muito bem e somos recebidos como aqueles amigos que estiveram longe muito tempo.

Sabem, eu bem tento fugir de temas como a politica, mas existem actos de má gestão governativa que não podemos deixar de ver quando percorremos o Alentejo, ou qualquer região mais interior do país. A desertificação, o abandono ou pior as barreiras burocráticas para o desenvolvimento estão latentes a cada quilómetro percorrido em estradas com más condições, a cada passagem de nível cheia de vegetação e estações abandonadas, que em tempos foi ponto de comunicação fulcral para aquela região agora não passam de miragem e ruínas. Será que não há nada que possamos fazer? Será que nós não temos opção?

Mas nesta minha viagem conheci um casal bem simpático e para eles um especial beijo. “ Olá Beatriz e Francisco”. Este casal também resolveu vir conhecer o nosso país, são de Vigo, Leon (Espanha) e são muito simpáticos. Eles também concordam que existem pequenas maravilhas aqui escondidas e que só partindo à aventura se consegue descobrir.
Também estive alojada no Alvito. Bem bonito, com o castelo bem no centro e com umas “grutas escondidas” que foram antigas pedreiras para a produção de mós. Verdadeiros segredos bem guardados pelas pessoas dali.

Depois desci para o Algarve… Eu sou algarvia mas em Agosto é praticamente impossível saborear o meu Algarve. Saborear a praia sem ter medo de que o vizinho do lado coloque a toalha em cima da tua. Saborear um gelado sem ter uma fila de 10 pessoas para fazer o mesmo. Mas como amo a minha terra é sempre bom voltar ao nosso chão, ao lugar onde nascemos e sentimos que o coração e sangue falam mais forte.

Como podem reparar vim cheia de energia e se calhar tornei este regresso bem longo mas queria partilhar a alegria e o orgulho no meu Portugal, um país pequeno mas bem precioso com recantos dignos de visita e mostrar que basta querer que é possível conhecê-lo.

Até ao próximo blog!