quarta-feira, setembro 08, 2004

Companheirismo

Oi!
Para ser sincera não estava inspirada para escrever, a minha vida estagnou um pouco e a vontade de falar fica bem mais dentro do meu peito, presa, mas hoje li algo que me fez gritar bem alto.
Venho gritar ao mundo que esta estúpida guerra entre homens e mulheres é bem mais idiota que parece. Desde quando é bonito ou engraçado falar da companheira ou companheiro como alguém cheio de defeitos e falhas.
Quem sabe hoje em dia o verdadeiro conceito de Companheiro(a)?
Companheiro é aquele que divide o pão connosco.
Nos nossos dias será alguém que está ao nosso lado a batalhar para trazer o pão para casa, é aquele que divide as angústias e as alegrias durante a única refeição possível de partilhar quando ambos trabalham.
Claro que quem está connosco tem falhas, manias e quando se ama elas não passam de pequenos pormenores e não algo que se tem de guerrear todos os dias. Caramba!
Parece que os casais de agora preferem manter guerrilhas a conversar, parece muito mais divertido manter todos os dias a discussão de "não mexas o no meu telemóvel ", " onde puseste as minhas coisas?", "porque não perguntas se não sabes o caminho?", etc.
Onde fica a conversa? Será pouco importante chegar a um acordo que ambas as partes gostem...
Não faço ideia de como será a minha vida de casada, mas nunca irei esquecer a vida dos meus pais...
Garanto-vos que não será nada igual!
A minha relação está ainda longe da perfeição mas tem conversa e tolerância.
Mesmo para os dias do mês que são difíceis mesmo e não é treta de mulher. (Só os Homens incultos e "bestiais" não são capazes de dar a volta a algo que a natureza impôs à parceira)
Eu não percebo nada sobre a vida de casado, mas 8 anos de relacionamento sólido faz-me algo perita em viver a dois. Todos os romances têm fases e felizmente ainda estou na fase de paixão intensa e avassaladora, já tive momentos beras e o que superou tudo isso foi o companheirismo, o carinho construído com muita conversa a dois, muito compromisso e confiança. Espero que depois de casados e dos filhos e de toda a paixão ser consumida eu tenha conseguido garantir uma relação em que os meus defeitos não sejam algo tão irritante para o meu parceiro mas sim algo facilmente irrelevante e que, como hoje já acontece, a minha mãe seja considerada apenas como isso, a senhora que me trouxe ao mundo e sem ela o meu amor não me teria aqui em vez da tradicional e parva denominação de Sogra (imagem de bruxa) que considero uma falta de respeito enorme.
Não somos obrigados a gostar de todas as pessoas e muito menos gosta delas por obrigação (como família) mas limitamo-nos a interagir com respeito e chega. Mais não seja o amor que sentimos pelos nossos companheiros têm de nos dar mais paciência e mais uma vez relevar certas atitudes que os pais de ambos têm, certos ou errados.
Raramente se lê sobre um casal que consegue superar as manias dos dois e viver em harmonia como um casal, se calhar acham que não tem interesse, pois garanto-vos que eu estou farta de relações falhadas, de casais que após viverem juntos descobrem como por magia que não são compatíveis e casais que cedem à rotina, que sentem necessidade de experimentar as novidades fora de portas. TRETAS.
Não querem é ter trabalho de conversar, de usar o namoro para algo mais que uns momentos de sexo, saídas à noite ou o que for.
Ás vezes sinto-me bem deslocada deste mundo, acho que os meus ideais são bem longe da sociedade em que me insiro, como uma extraterrestre totalmente perdida. Felizmente ainda tenho alguns amigos como eu e sinto uma esperança que juntos possamos transmitir estes conceitos aos nossos herdeiros e fazer deste pequeno grupo algo maior que uma minoria.
Não me levem a mal, não condeno quem não sabe valorizar o parceiro e acha divertido enumerar todos os defeitos para todos os outros verem, apenas tenho pena. Não sou melhor nem pior, neste momento sou apenas mais Feliz.
Bloguem muito!